A forma como os medicamentos psiquiátricos são classificados pode causar mais dúvidas do que clareza.
Alguns grupos de medicamentos têm nomes que sugerem que os remédios que ali estão têm uma função bastante específica, o que não é bem verdade.
No grupo dos antidepressivos, por exemplo, há uma variedade de medicamentos que, além de serem usados no tratamento da depressão, também tem outras indicações terapêuticas, como no tratamento de transtornos de ansiedade e de quadros de dores.
Algo semelhante acontece no grupo dos antipsicóticos, que além de tratar quadros com delírios e alucinações, são empregados em outras condições. A quetiapina, classificada como antipsicótico atípico, pode ser usada, por exemplo, para auxiliar o tratamento da depressão e também no tratamento de transtorno afetivo bipolar.
Embora essa questãode nomenclatura possa parecer trivial, ela traz implicações para a prática clínica. Muitos pacientes ficam confusos quando recebem a prescrição de um medicamento que aparentemetne não é indicado para o quadro que apresentam. Não é incomum que isso seja mais uma barreira contra a adesão ao tratamento.
Uma iniciativa que visa reformular esse tipo de classificação é a Nomenclatura baseada em neurociência (NbN), ação promovida por um grupo de pesquisadores que defende que os remédios sejam classificados conforme seu mecanismo de ação e não por sua suposta indicação.
Você já teve alguma experiência confusa com medicamentos psiquiátricos por causa da nomenclatura?